e-gov

abril 28, 2008

O site da Cetic (Centro de Estudos da TICs) tem muita informação sobre o uso de internet no Brasil.

Interessante também é essa pesquisa sobre a utilização de e-gov (internet para facilitar serviços públicos) no Brasil.  Um dos achados é que serviços de e-gov são utilizados mais por quem tem maior escolaridade. Deriva logicamente daí que,  para aumentar a utilização de serviços e-gov teríamos que aumentar a escolaridade.

Será isso mesmo? Já que renda e acesso à internet também estão correlacionados à escolaridade, pode ser que o problema seja em um desses dois.

Será que o acesso à internet representa alguma barreira à utilização de e-gov pela população? A minha percepção é que o problema de acesso está quase superado, salvo em regiões muito rurais e pequenos vilarejos. Toda cidadezinha tem uma lan house. Agora, isso é suficiente para que o internauta esteja pronto à utilizar a internet para usufruir serviços públicos?

Talvez não, já que o uso da internet também é algo em que as pessoas devem ser alfabetizadas. Não adianta somente o acesso, mas também que a pessoa esteja familiarizada com tal. E aí, ter um computador com acesso à internet em casa faz uma grande diferença.


Inovação em Governo

abril 21, 2008

O blog “igov“, agora na sessão de links, fala sobre a inovação no governo e muita coisa sobre governo 2.0.

 

 

 

 Esse post, por exemplo, apresenta alguns usos da tecnologia de informação colaborativa na gestão pública relacionada à segurança pública.

Esses falam de democracia participativa.


Angola quer cooperação agrícola com Minas Gerais

fevereiro 22, 2008

É o que diz essa notícia aqui.

Destaco a declaração do Secretário de Agricultura, Gilman Viana que diz ser  “receptivo a propostas de intercâmbio de conhecimento e pode apresentar a experiência de sua produção, que é bastante diversificada.

Ao contrário do setor privado, que costuma, com razão, ser bastante secretivo em relação às suas práticas, a cooperação internacional entre governos (estaduais e cidades) costuma ser permeada de boa vontade, embora não necessariamente robusta.

Visitas e troca de conhecimento, em geral, são bem vindos.

Em uma economia do conhecimento (inclusive, cada vez mais, no setor agrário), isso faz uma grande diferença!


Australia, Japão e paradiplomacia mineira

fevereiro 19, 2008

Enquanto na cena interna, Minas Gerais reafirma os laços de amizade com o Japão (só para lembrar, os investimentos na Usiminas, Proceder, celulose e a irmandade com Yamanashi) por meio de marcos do centenário da imigração japonesa no Brasil.

 Uma delegação mineira visita a Australia e avança a cooperação lá (acordo com Queensland, muita coisa rolando no setor minero-metalúrgico e gestão de resíduos)


Sibratec

janeiro 31, 2008

A notícia não é exatamente nova e o decreto de criação está vigorando desde Novembro, mas o Sibratec deu mais um passo em direção ao seu pleno funcionamento ao indicar o nome dos membros do comitê gestor.  

Por que o Sibratec é relevante para o ambiente de ciência, tecnologia e inovação no Brasil?

  • Primeiro, pelo volume de R$ 600 milhões no orçamento para 2008. Não adianta uma boa idéia sem bala na agulha. E o Sibratec vem quente (ao menos financeiramente) para tal.
  • Segundo, a concepção do Sibratec é trabalhar em rede. Nada será replicado. A idéia é incentivar e coordenar a cooperação entre os atores envolvidos. Isso evita duplicação de trabalho.

O Sibratec é formado por três redes – Centros de Inovação (rede de pré-incubação e incubação nas universidades e centros de pesquisa), Serviços Tecnológicos (redes temáticas de serviços de metrologia, certificação, etc) e Extensão Tecnológica (rede estadual que organiza a governança da educação tecnológica, de acordo com a prioridade estadual).

Sobre este último, acredito que, para Minas Gerais, já temos um sistema de governança (O Sistema Mineiro de Inovação) que pode servir de plataforma para a rede de extensão tecnológica do Sibratec.  


Lei da Inovação de Minas Gerais

janeiro 18, 2008

Finalmente, saiu hoje a lei de inovação de Minas Gerais.

Após rápida leitura, os pontos principais são:

  1. A lei abre a possibilidade dos Institutos de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais -ICTMG – (portanto, órgãos públicos) comercializem as invenções e tecnologia que produzirem.
  2. Para tal, deverão manter banco de dados atualizados das tecnologias a serem comercializadas.
  3. A lei oferece incentivos aos inventores (criadores) que trabalham nos ICTMG:
    1. Caso eles criem uma tecnologia, serão premiados com no mínimo 5% e no máximo 33,3% da exploração da tecnologia.
    2. O protocolo de pedido de patente, a patente concedida, o registro de evento, etc, contarão para a avaliação de desempenho e progresso na carreira de pesquisador.
    3. O pesquisador pode se licenciar para criar uma empresa que explore a criação de bens de criação de sua autoria, desenvolvidas dentro do ICTMG.
  4. As ICTMG poderão implantar NITs (Núcleo de Inovação Tecnológica) para gerir a sua política inovação (patenteamento, registro, proteção, gestão do conhecimento, etc).
  5. O inventor independente poderá usufruir de apoio das ICTMG por meio da formalização de parcerias para o desenvolvimento de uma inovação ou usufruir de apoio da FAPEMIG relativo à gestão da inovação (depósitos, patenteamento, etc.)
  6. O ICTMG poderá compartilhar sua esturutra com pequenas e microempresas em atividades de inovação tecnológicas e incubação.
  7. Criação do Fundo Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica (FIIT) com recursos que não são contabilizados dentro do 1% reservado constitucionalmente à pesquisa (art. 212 constituição estadual).

De forma geral, a lei é baseada em ações de parceria entre as pesquisas do governo com agentes privados. Existe uma preocupação em compartilhar a estrutura governamental, seja de pesquisa, seja de gestão da inovação, com agentes privados, o que é extremamente positivo para o ambiente de inovação em Minas.

A visão de dar mais incentivo ao pesquisador dos centros de pesquisa estaduais age diretamente (microeconomicamente) no cálculo que ele faz sobre os seus ganhos em empreender esforço (extra) em sua atividade de pesquisa. Teremos pesquisadores mais empenhados, tenho certeza, e assim teremos mais invenções.

O plano, expresso pela lei, é ótimo. Agora é aguardar a execução do mesmo. Sendo bem executado, será mais uma mini-revolução para o Estado de Minas Gerais.


Santa Catarina aprova lei de inovação

janeiro 15, 2008

Santa Catarina aprovou sua lei destinando 2% de sua renda à pesquisa.

 Leia a notícia.


Cooperação Piemonte – Minas Gerais

janeiro 14, 2008

Algumas notícias da cena paradiplomática em Minas Gerais.

Primeiro, o programa “Jovens Mineiros Cidadãos do Mundo“, programa idealizado pelo Dr. Athayde, meu ex-chefe quando eu trabalhava na Subsecretaria de Assuntos Internacionais do Governo de Minas, leva 20 estudantes mineiros para se qualificar em Piemonte, província irmã de Minas Gerais.

Como Turim, Piemonte e a Itália em geral são reconhecidos internacionalmente por causa da qualidade do design (roupas, jóias, carros, etc), a temática da visita é justamente essa. Os intercambistas são estudantes de design de Minas Gerais e ficarão algumas semanas recebendo treinamento e conhecendo como é feita a produção do design italiano.

O custo do programa é coberto por um pool de empresas patrocinadoras do projeto, além de recursos do próprio governo de Minas Gerais.

Além do óbvio aporte de conhecimento para os jovens estudantes, que certamente será de grande utilidade para o desenvolvimento do Estado, esse tipo de atividade ainda contribui para criar laços entre as pessoas daqui e de lá, possibilitando mais cooperação e projetos conjuntos no futuro.

A idéia é que, nos anos vindouros, as outras províncias irmãs de Minas Gerais também sejam contempladas com a visita da delegação de jovens mineiros.

A notícia completa está aqui

Além dos estudantes, o acordo Minas Gerais – Piemonte também gerou outro acordo, desta vez entre a Universidade de Minas Gerais (UEMG) e o Instituto Politécnico de Torino. Por este acordo, professores da UEMG irão fazer doutorado na Itália.

Para saber mais sobre este acordo, a notícia se encontra aqui.

A única imprecisão da notícia é dizer que o acordo de Minas e Piemonte foi celebrado pelo Governo Aécio.

Não foi.

O acordo guarda-chuva de cooperação e irmandade foi celebrado em 1993, embora certamente expandido e no presente governo.

Mais sobre as províncias irmãs de Minas Gerais aqui.


Comunidades de Prática e Governo 2.0

janeiro 7, 2008

Estes são alguns artigos que estou estudando sobre comunidades de prática e governo 2.0.

Comentarei brevemente sobre cada um deles:

The Blogging Revolution: Government in the Age of Web 2.0

O artigo trata sobre blogs governamentais e como eles tem diminuido a distância entre governantes e governados nos EUA.

Esse movimento, de usar a tecnologia da informação para criar mais transparência governamental e participação social nas coisas públicas tem sido chamado de “democracia 2.0“, “cidadania 2.0” ou “governança 2.0“.

Eu prefiro o termo “governo 2.0” e acho que é a grande chance de criarmos um governo que foque suas ações nas necessidades da população, além de fortalecer a participação e democracia.

Ainda não terminei de ler este artigo.

Quando terminar, volto a comentar.

Good practice exchange from a Web 2.0 point of view

O artigo fala sobre a criação de comunidades de prática por meio da web 2.0 e de ação colaborativa de seus membros.

Entre os casos de sucesso, está uma comunidade de desenvolvimento social (ongs, organizações internacionais e qualquer pessoa que queira melhorar o mundo), um portal governamental para discussão entre usuários e provedores de serviços públicos (ou ao menos serviços de interesse público) e um portal que visa facilitar o encontro real de pessoas com o mesmo interesse.

Vale a pena ler.

Futuramente comentarei sobre cada um dos casos apresentados.

Organisational Solutions for Overcoming Barriers to eGovernment

Esse artigo é o resultado de uma pesquisa que identificou as barreiras ao governo eletrônico e soluções para estes problemas.

As barreiras são:

  • Coordenação entre os níveis de governo federal, regional e local.
  • Resistência à mudança por parte de funcionários governamentais.
  • Falta de operacionalidade entre sistemas de TI.
  • Baixo nível de uso de internet por parte de alguns grupos.
  • Falta de apoio político para projetos de governo eletrônico.

O artigo (e as soluções apresentadas) é muito inspirador para aqueles que pretendem montar serviços de governo eletrônico.

Collaborative Knowledge Networks – Deloitte Research

“Communities of practice are self-organizd and self-directed groups of people, informally bound together by a common mission and passion for a joint enterprise”

Pelo jeitão do artigo, vale a pena.

Infelizmente ainda não tive tempo de ler.

Comentarei sobre ele em um post futuro.


Novo site da Sectes

dezembro 14, 2007

Este aqui é o novo site da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado de Minas Gerais.


O Brasil sem a CPMF

dezembro 13, 2007

O Brasil precisa de menos impostos e menos gastos públicos.

De todos os impostos, até que a CPMF não é dos piores: é um imposto não sonegável, isento abaixo de um certo nível, permitindo assim certa progressividade e forma banco de dados riquíssimo que, quando cruzado com outros impostos,   mostra claramente quem está sonegando (outros impostos) ou não.

Mas é imposto.

E na falta de outro imposto para extinguir, foi bom que a CPMF tenha ido para o espaço. No mínimo vai forçar o governo a reduzir os gastos.

E governo reduzindo gastos é muito bom.


A moda agora é financiar a inovação na empresa

dezembro 7, 2007

Depois do Pappe, agora é o CNPQ que abre um edital para financiar a pesquisa dentro da micro, pequena e média empresa.

Notícia toda e links para o edital aqui.


Cidades e transferência de conhecimento científico-tecnológico

dezembro 4, 2007

Reproduzo na íntegra (negrito meu):

“Unicamp e Associação Brasileira de Municípios firmam parceria para transferência de conhecimento científico-tecnológico A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Associação Brasileira de Municípios (ABM) firmaram, no dia 30, uma parceria para desenvolver ações conjuntas com o objetivo de elevar competências administrativa, gerencial e tecnológica de municípios brasileiros. O acordo foi assinado, em Santa Maria (RS), durante o 1º Encontro de Cidades Integradas do Mercosul. Segundo informações da Unicamp, o convênio vai permitir a transferência de conhecimentos científico-tecnológicos nas diferentes áreas de conhecimento, por meio de projetos de pesquisa, consultorias, assistência técnica e cursos de extensão.

Carta das cidades

A reunião dos municípios sobre o Mercosul resultou na Carta das Cidades. A proposta traz 137 sugestões para que ações sejam efetivadas nos países latino-americanos. Foram escolhidos nove temas para balizar ações políticas. São eles: saúde, diversidade, educação, gênero, turismo, ambiente, gestão, segurança e agricultura. Mais informações sobre a ABM podem ser obtidas no site http://www.abm.org.br.”


Metropolis BH

dezembro 2, 2007

Falando em paradiplomacia, aqui está um bom exemplo (e oportunidade) de como a inovação em gestão pública se espalha por meio de redes de cidades empenhadas em trocar experiências em melhores práticas.

O evento Metropolis acontece essa semana em Belo Horizonte e terá paineis para que os representantes das principais cidades latino americanas e caribenhas troquem experiências sobre segurança pública, gestão de resíduos e mobilidade dentro das cidades.

Leia mais (mas leia mesmo, está muito interessante) nesse artigo do EM.


Paradiplomacia na sessão livros bacanas

dezembro 2, 2007

Sessão de livros bacanas  atualizada. Essa semana sobre o livro Paradiplomacy in Action.


Livros para o desenvolvimento – Fapesc e Better World Books

dezembro 1, 2007

Uma visão para o desenvolvimento: se a população mais pobre tiver acesso à livros, aprenderão mais e eventualmente reduziremos a pobreza.
Aqui  no Brasil temos ações como esta:

“Fapesc distribui 15 mil livros em SC

A Fundação de Amparo à Pesquisa de Santa Catarina (Fapesc) está participando do Programa Livro Aberto do governo federal. Como parte das ações dessa iniciativa, a Fapesc vai distribuir, este ano, mais de 15 mil livros em todo o Estado. A meta é de que todos os 293 municípios catarinenses tenham uma biblioteca. Depois disso, o desafio será modernizar o acervo das demais” Fonte: Gestão C&T”

O esforço é louvável e merece aplausos, mas não chega a empolgar.

Compare com a Better World Books, um empreendimento social feito por três estudantes dos EUA.  O primeiro contato que tive foi quando precisei de um livro dificílimo de encontrar para a minha dissertação de mestrado.  Consegui por meio deles, que tem uma parceria com a amazon.  O serviço foi impressionante, chegou dentro do prazo estipulado e exatamente nas condições anunciadas.

A Better World Books vende livros usados e financia a alfabetização por meio das vendas.

Você pode enviar seus livros para ela que fará a venda, destinará uma parte para financiar programas de alfabetização e outra para a sua conta bancária.

No final das contas, todos saem ganhando!!!

Uma ONG que não usa dinheiro público, é auto sustentável, aposta em inovação e tem um impacto social de dar inveja à políticas públicas tradicionais


Para uma boa idéia, não falta quem ajude!

novembro 29, 2007

 Chamada para Ações de Apoio à Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia (CNPq)

Apoiar projetos de popularização da Ciência e Tecnologia das universidades, instituições de pesquisa, museus, centros de ciência, planetários, fundações, entidades científicas e outras instituições. Trata-se de incentivar atividades que propiciem a difusão e popularização da ciência e tecnologia junto à sociedade brasileira, a instalação e o fortalecimento institucional de museus e centros de ciências e outras iniciativas que promovam a divulgação científica e a melhoria da qualidade do ensino informal das ciências.


Um computador por criança na Nigéria

novembro 28, 2007

Esse é um primeiro resultado do projeto One Laptop per Children (OLPC). Claro que fotos de crianças com computadores e um artigo falando do projeto piloto na Nigéria não substitui uma boa pesquisa econômica de avaliação de resultados.

 

A idéia é muito boa. Produzir um laptop resistente (pois vai ser usado por crianças), com software grátis (doado pela microsoft ou linux) para reduzir a exclusão digital logo na fase escolar.

 

 

Como os recursos são escassos, vem a pergunta: o mesmo dinheiro seria melhor investido em qualificação dos professores, livros, construção de escolas, material escolar, transporte até a escola ou qualquer outro “insumo” da educação?

 

Acredito que possa ser melhor investido. Tenho medo que o computador seja roubado ou subaproveitado e vire sucata ou produto de escambo.

 

Mas mesmo assim, dificilmente outro projeto conseguiria ganhar a mídia e apoio da indústria como esse. A idéia é inovadora e faz sentido: por ser novidade, o laptop pode fazer com que a educação (estudar matemática por exemplo), se torne uma brincadeira

 

E todo o projeto tem seus riscos.

 

Uma gestão participativa, dando poder, responsabilidades e qualificação para a comunidade local (professores, família, funcionários – estou pensando em algo bem grassroot) pode fazer com que seja uma ação muito efetiva em prol da educação da próxima geração.


Game Over! Como a inovação se espalha por uma escola!

novembro 26, 2007

Game Over!

 

Sorry. You have spent all the time given for your innovation project. If you had eleven or more adopters you succeeded better than the average past player. If you had five to ten adopters, you still did better than many real-life change agents.

In any case, please don’t forget to visit the game log page to review your game strategy to see if you can articulate what tactics seemed to work and which did not. What advice might you give to future change agents?

He he he, esse joguinho me consumiu algum tempo ontem à noite.

Mas vale muito a pena, principalmente se você trabalha com a difusão de uma inovação dentro de uma organização.

Como é de se esperar, a chave para o sucesso é conhecer seu público alvo, saber quem influencia quem e quais são pessoas chaves que tem mais propensão para adotar uma inovação.

Não se engane, tem muito osso duro de roer lá!

Se você jogar, não se esqueça de colocar o resultado aqui para compararmos quem é o “lobby man”!!!


Entrevista com Francisco Gaetani

novembro 23, 2007

Para quem não sabe, Francisco Gaetani é o modelo de gestor governamental a ser seguido. Foi um dos idealizadores e fundadores da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro, Diretor da Escola Nacional de Administração Pública, Coordenador da área de Governo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Doutor pela London School of Economics e (ufa!!!) Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

 

 Aqui vão alguns fragmentos da entrevista feita pela revista “Desafio”, do Ipea:

 

Desafios – Estados e municípios têm bons exemplos de políticas de gestão que tenham dado certo?

Gaetani – Posso citar vários. Na área de atendimento ao cidadão, o Poupa Tempo, em São Paulo, é um bom exemplo. O Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) da Bahia é outro. Minas Gerais também introduziu uma série de iniciativas.Há muitas políticas de gestão pública inovadoras nos estados. Por quê? Porque os estados têm se beneficiado do aprendizado que o governo federal está tendo e que tende a se derramar às administrações estaduais e municipais. É o caso, por exemplo, dos pregões eletrônicos, compras de remédios e outros.Por outro lado, há também um movimento inverso. Se a experiência federal transborda para os estados, há experiências estaduais que estão subindo para o Planalto. Basta dizer que, se formos rastrear a origem do Programa Bolsa Família, vamos chegar às experiências dos governos Cristovam Buarque, no Distrito Federal, e da Prefeitura de Campinas, em São Paulo.

 

 
Desafios
– Como ex-diretor da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em sua opinião, a formação da mão-de-obra destinada à administração pública é adequada?


Gaetani – Mais que ex-diretor da Enap, fui diretor da Escola de Governo de Minas Gerais, que foi o primeiro curso de administração pública do Brasil, em um ranking de 1.435 escolas. Acredito na formação como uma política de longo prazo e acho que temos de investir simultaneamente na formação, na educação continuada, na profissionalização, em cursos públicos, e isso tem de ser feito constantemente, e não espasmodicamente. A Enap é importante ao coordenar as várias escolas de governo da administração federal. No plano estadual, estamos mandando para a Europa um conjunto de profissionais de várias escolas de governo, e achamos que isso tem de ser institucionalizado. A capacitação é uma dimensão da política de profissionalização da gestão.

Desafios – O Brasil analisou e aproveitou alguma das experiências de gestão realizadas por outros países, como a Nova Zelândia?

Gaetani – É preciso salientar que as mudanças da Nova Zelândia começaram em 1992. A Lei de Responsabilidade Fiscal – e poucos sabem disso – foi inspirada na Nova Zelândia. É um país que tem uma população menor que a da cidade de Belo Horizonte e um rebanho de 80 milhões de ovelhas. Temos que ver sempre o que é factível de aproveitar, e com muito cuidado. Eles começaram muito antes o processo de modernização do Estado, e isso prossegue até hoje.O Chile, a França e o Reino Unido também tiveram experiências interessantes nessa área. Há um debate internacional fluindo e procuramos acompanhar aqui no Brasil. Acho que temos de prestar atenção nos países com os quais temos um parentesco cultural maior, como Portugal e Espanha, que se modernizaram bastante recentemente. São países cuja matriz jurídica e tradições culturais são mais próximas das nossas. Defendo ainda um diálogo mais estreito com os Estados Unidos,país federalista e presidencialista como o Brasil. Eles têm experiências ótimas, principalmente nos governos estaduais, grandes inovadores na gestão.

 Clique aqui para a entrevista completa!

Os grifos em negrito são meus.

Em primeiro lugar, tenho que dizer que enche de orgulho vê-lo citar, como “mais do que diretor da Enape, fui diretor da EG/FJP”. Ser a melhor do ENAPE em um ranking de 1435 escolas é algo fantástico e tem que ser valorizado, principalmente tendo em vista que a carreira após o curso tem deixado a desejar.

Em segundo lugar, o que eu já venho falando aqui tem um tempo: precisamos olhar o que está acontecendo à nossa volta e encontrar best practices de gestão governamental que podem ser copiadas aqui. Não existe copyright para o desenvolvimento. Se uma idéia está dando certo em outro lugar e pode dar certo aqui, por que não aprender e reproduzir aqui?


Concurso inovação do ENAP

novembro 21, 2007

O concurso procura inovações no setor público.

http://www.enap.gov.br/downloads/resumo_20iniciativa_finalistas.pdf

Finalistas do último concurso  incluem muitos projetos legais de utilização de novos (e criativos) instrumentos de TI (gestão da informação) e de novos arranjos institucionais nas atividades públicas. 


Indicadores de Inovação

novembro 19, 2007

Indicadores de Inovação Tecnológica Empresarial nas Regiões do Brasil: Análise de Dados da PINTEC 2003-IBGE
indicadores-inovacao.pdf

“O artigo pretende responder a pelo menos três questões principais. Que elementos conceituais poderiam compor um quadro teórico-conceitual capaz de retratar mais adequadamente o processo de inovação tecnológica que ocorre nas empresas que atuam nos países em desenvolvimento, que a exemplo do Brasil, conformam um espaço tecnologicamente periférico? Qual é a experiência brasileira no que diz respeito à geração e aplicação de indicadores de inovação tecnológica no contexto das organizações empresariais? O que dizem os indicadores acerca do processo de inovação tecnológica empresarial que ocorre nas diferentes regiões do Brasil?”

O artigo acima foi gentilmente cedido para divulgação nesse blog pela Profa. Elisa Maria Pinto da Rocha, pesquisadora da FJP e doutora em Ciência da Informação pela UFMG.

Por que indicadores de inovação são tão importantes?

Talvez pelo fato de não estarem plenamente constituidos, principalmente nos países periféricos tecnologicamente.

A Profa. Elisa argumenta que periféricos produzem inovação incremental enquanto os países desenvolvidos produzem inovação radical.

Existem indicadores de inovação bem desenvolvidos, mas nem sempre são adequados à especificidade da inovação (e do modo como é produzida) do terceiro mundo.

Buscar elementos conceituais para atender à essas característica é algo muito salutar. Precisamos de indicadores robustos para que possamos entender melhor como a inovação ocorre por estas bandas.

Do jeito que está, minha impressão é que temos indicadores de inputs (leia-se: verba governamental e dinheiro colocado pela própria empresa para P&D e inovação), de outputs (patentes, por exemplo) e continuamos totalmente ignorantes sobre o que acontece na caixa preta (dentro da empresa).

A sugestão da Profa. Elisa para que algum aspecto da gestão da empresa também seja incorporada nos indicadores de inovação acerta o alvo em cheio!

Adicionaria também, embora seja suspeito, alguns dados relacionais (existência de ligações da empresa com a academia, rede de fornecedores e clientes, rede social do dono da empresa).

São dados muitas vezes de difícil obtenção, mas está no âmago do processo inovador!


UAU!!! Olha só o corpinho dessa rede!!!

novembro 19, 2007

Olha só que legal a apresentação dessa rede do Portal de Educação Corporativa

(Pena que fica muito lento. Internet Explorer, só com Java e reza brava. No firefox funcionou melhor mas também foi lento.)

Não quero nem saber do resto do portal. Me liguei foi nessa rede!!!

Adorei como a rede se desloca para permitir a vizualização do “ego network” de cada um dos nós! E olha que o nível de detalhamento é bem grande, indo de conceitos e instituições (os ramos) até indivíduos (as folhas).

Pena que isso seja somente uma árvore de navegação.

Se fosse um instrumento de gestão, poderia ser extremamente útil ao mostrar quais são os gargalos, onde o conhecimento é gerado, por onde ele circula, quem está isolado, etc!!!

Agora vamos fazer um pouco de análise de rede social dessa belezura:

1) A rede é tipo “hub and spokes“, ou seja, a educação corporativa está no meio da rede e é a única responsável por conectar todos os outros nós.

2) Ação do governo está totalmente isolada!!! 😦

3) Se a educação corporativa desaparecesse da rede, todos os componentes ficariam isolados.

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Passado o entusiasmo da rede, algumas coisas interessantes do site:

Uma pesquisa bacana sobre educação corporativa no Brasil está aqui.

Só não ficou claro qual o papel do MDIC nisso tudo…


aFórum de Produtos e Serviços para a Administração Pública

novembro 17, 2007

 Um pouco atrasado para divulgar esse evento aqui, mas vamos lá.

Trata-se de uma feira de produtos inovadores para a administração pública. Inclui novas maneiras de digitalizar documentos,  gestão de resíduos e vários tipos de consultorias em gestão pública.


UFMG e a cooperação internacional

novembro 16, 2007

Essa iniciativa aqui parece legal!

Mas no geral, as universidades brasileiras são péssimas na questão internacional.

Compare o número de estudantes estrangeiros em universidades brasileiras com universidades americanas, japonesas ou outras (deve ter algum dado global sobre isso em algum lugar da internet). Tirando alguns angolanos, moçambicanos e bolivianos nas universidades públicas, não existe quase nada!!!

O problema é que, do ponto de vista da inovação (difusão e criação) esse contato internacional com pessoas e formas de pensar de outros países é essencial. Castells diz mesmo que o grande crescimento de Bangalore na India se deu por causa dos estudantes indianos que estudaram e depois trabalharam no vale do silício nos EUA.

No Japão, várias universidades tem grande parte de suas aulas em inglês por causa do público estrangeiro que vai para lá. Tá certo que é um problema de demografia, sem os estrangeiros as universidades teriam que fechar e tem muito apoio governamental para isso no Japão. Mas com isso o Japão fica mais conectado com o resto do mundo.

Na cidade que morei na Índia, eram vários os estudantes provenientes do Oriente Médio (sobretudo Jordânia).

Não conheço universidade no Brasil onde as aulas sejam em inglês.

Poderiam começar essa reforma. A universidade que fizesse isso daria um grande passo!!!

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Com o mesmo objetivo, poderiam pegar leve na burocracia para com aqueles que estudaram no exterior e voltaram.

Uma revalidação de diploma na UFMG (para ele ser reconhido pelo MEC) demora seis meses, eles só aceitam a documentação em Novembro e pedem um tanto de coisas para lá de bizarras!

Se para um brasileiro como eu o processo é demorado, difícil e irritante, imagina para um estrangeiro que tenha vontade de fazer um mestrado ou doutorado aqui no Brasil?

Coitado, sem chance nenhuma!!!


Metrópolis! Cidades latinas e caribenhas se reúnem!

novembro 12, 2007

Uma maneira de espalhar a inovação é por meio do boca a boca.

No caso das cidades, elas falam e escutam sobre experiências urbanas uma das outras em eventos como o Seminário Metrópolis.

O político brasileiro é viciado em pedir dinheiro e quando pensa em relações internacionais logo quer saber quanto de empréstimo ou recursos a fundo perdido vai ganhar… às vezes, muito melhor é concentrar em quanto pode aprender, por meio das experiências bem ou mal sucedidas dos outros!


As últimas inovações coreanas!!!

novembro 12, 2007

Quer saber como encher sua cidade de mulheres mais felizes???

Ou uma maneira de evitar corrupção em compras governamentais?

Quer saber sobre o trânsito em tempo real?

É só passar aqui e ficar por dentro da última inovação em política pública local na Coréia!


Paradiplomacia quase entra na constituição

novembro 12, 2007

Já que entrei no papo sobre Paradiplomacia… ela quase virou emenda à constituição.

PEC da Paradiplomacia

Artigo do autor da PEC

Foi arquivada no começo desse ano.


Brasil – França Paradiplomacia

novembro 12, 2007

“Cerca de 300 autoridades brasileiras e francesas participarão do Encontro de Cooperação Descentralizada e Federativa Franco-Brasileira, que começa hoje, na Prefeitura de Belo Horizonte, com o patrocínio do prefeito Fernando Pimentel. O ministro Walfrido dos Mares Guia será um dos representantes do governo federal na solenidade de abertura” (Estado de Minas, 12/11/07)

Para a maioria das pessoas, não há nada de especial nessa nota no Estado de Minas.  Não causa estranhamento nenhum ler sobre “cooperação descentralizada” e “cooperação federativa” no jornal. Os termos, quase sinônimos, dizem respeito à cooperação entre cidades, províncias e estados de países diferentes (tenho textos antigos sobre isso na sessão “meus rabiscos”), que é uma tendência crescente no mundo.

A cooperação ( muitas vezes assistência) internacional tinha um caminho mais ou menos sacramentado: país rico repassava dinheiro para um projeto por meio de sua agência de cooperação para país pobre.

Isso ainda acontece.

E muito.

Mas cada vez mais vemos projetos em que o caminho é outro: país rico repassa o dinheiro para sua província / cidade que a aplica em um projeto de transferência de melhores práticas para uma província / cidade de um país pobre.

A vantagem é que as províncias e cidades estão mais próximas do cidadão, conhecem melhor seus problemas que a união e são mais transparentes devido à proximidade com o povo.  Projetos de saneamento básico, educação e saúde usualmente são de competência do governo local. Nada mais lógico que ele também seja mais adequado para supervisionar o projeto de cooperação internacional.

Aqui vão alguns exemplos de agências de cooperação internacional dos governos locais, o que pressupõe que estes também estão interagindo internacionalmente em diferentes graus:

Japão

Coréia do Sul

Holanda 


Inovação Social também é Inovação

novembro 11, 2007

Tão importante quanto criar inovação é difundir inovação.

Quando a inovação é social, capaz de trazer bem-estar para a população e melhorar um pouquinho esse mundinho miserável em que vivemos, melhor ainda!

Não existe copyright para inovações em projetos sociais!

Veja essas experiências:

Concurso: Experiências em Inovação Social na América Latina (Cepal)

Veja, banco de projetos inovadores para o desenvolvimento social!”

Veja Laboratório de experiências inovadoras em gestão educacional.

Um dia, espero, ainda montarei uma empresa para trabalhar com a difusão de best practices sociais, para o setor público e sem fins lucrativos (inclusive fundações de empresas privadas).

É que precisamos de eficiência em gestão social e fazer coisas como sempre foram feitas… bem… é a fórmula para continuar igual!

Se houver algum investidor interessado, entre em contato! 🙂


Fechem o Senado!!!

novembro 11, 2007

Exemplificando os problemas dos posts anteriores (Ceasa e juros, até agora. Outros aparecerão!), sobre o tamanho do Estado:

Contas do Senado Federal mostram que a Casa gasta R$ 1 bilhão por ano com 6,2 mil funcionários para atender a 81 parlamentares. Do total, pouco mais de metade prestou concurso público, sendo que 2,8 mil conquistaram a vaga por indicação.” (Manchete do Estado de Minas, 11/11/2007)

Salve-se quem puder!!!


Absurdos econômicos

novembro 11, 2007

Vejam este artigo do Ipea comentado pelo Selva e Sachsida.

Se o governo paga muito juro da dívida pública, qual deve ser a ação?

Alguém sensato diria que ele deve gastar menos (com funcionários, por exemplo), para não necessitar pegar dinheiro emprestado e daí pagar menos juros, até zerar a dívida ou ganhar confiança o bastante para conseguir tomar dinheiro emprestado a juros menores.

De alguma forma, inverteram o raciocínio: a elite brasileira está explorando o Brasil ao emprestar dinheiro com juros alto enquanto os funcionários públicos trabalham e ganham pouco. Vamos diminuir os juros (por decreto???) e contratar mais funcionários públicos com o dinheiro arrecadado!

Selva Brasilis: A Inacreditável Ignorância Econômica do Ser

Resposta do Sachsida .

Alguém mais ficou confuso???